terça-feira, 6 de abril de 2010

Literatura

Iracema, grande obra! Nos mostra o amor de uma bela e virgem índia (que não seria bela, se não fosse virgem) pelo branco colonizador, o herói, por uns conhecido por inventar o espelho, por outros, por aniquilar índios e índias após estupros.
Contradição?! Nunca!
Para o amor não há contradições, não há duvidas e não há explicação.
Se for pra falar em contradição, é mais facil falar sobre os grandes "intelectuais" e "analistas de sociedade", que insistem em dizer que o povo deveria ser mais culto, ler mais livros e... só isso. Só palavras.
Como o Estado pode doar para os alunos do ensino público, livros como Iracema? Livros em que eles lêem, mais uma vez, o poder do homem branco (inclusive o de sedução) em relação a todos eles, que em sua grande maioria, são os oprimidos de outra cor?
Realmente, é uma obra maravilhosa. Maravilhosa para os louros, de olhos azuis misturado com mel que no sol fica verde, descendentes dos europeus colonizadores de continentes já colonizados, os sempre superiores reis da cocada branca.
Não pra menina que não entende que "deflorarada" é quem não é virgem. As meninas perdem o cabaço, isso sim.
O que entendemos é errado, o que NÓI FALAMO, na verdade nós falamos, como disse a professora, autoridade máxima na sala de aula da escola. Escola a qual, se você quiser participar, será obrigado a esquecer o que aconteceu desde seu nascimento, até chegar ao portão da escola. Porque na escola, nada disso importa. Basta que você fique quieto, e aprecie as obras literárias, tão magníficas...
Queria que a USP conhecesse o Ferréz.
Queria que a Unicamp conhecesse mais do que A Cidade e as Serras, e lembrasse do Morro, do Buraco, da Lama. Alguém lá está precisando ser lembrado...

Aliás... Do you speak english?



Imagem: capa do livro "Cronista de um Tempo Ruim", FERRÉZ,
que custa R$ 5,00

Um comentário: