Eu gosto de ser apaixonada por tudo que faço. Se eu fosse num lugar desses em que as pessoas adivinham as coisas sobre as outras, diriam que o que me define são: esperança, alegria e paixão.
Mas tudo isso sempre fica junto. Eu sou apaixonada pelo que faço porque tenho esperança de que o que faço altera em algum sentido a ordem das coisas e isso me alegra pra caralho.
Só não sei porque estou escrevendo sobre isso. Sei da importância de se escrever muitas coisas, mas ainda repito que não vivo por mim - e que não choro por ninguém - então pra que escrever essa bosta?
...Nesses momentos me sinto sempre ridícula. E nesses momentos eu geralmente apago tudo que escrevo, tento não pensar em nada do que eu escrevi e faço alguma coisa mais inútil ainda, ou tão inútil quanto, mas que eu não questiono. Como visitar uma rede social que sequer consigo adjetivar, de tão insignificante que é e ao mesmo tempo não é.
Madrugada vã.
Sei que não dormir e que comer muito doce me deixa meio estranha. Me deixa muito não-eu. Sinto que perco alegria, esperança e ou paixão quando me intoxico com essas drogas que o capitalismo vende.
Curioso é que todas as drogas que o capitalismo proíbe me fazem voar. Curioso que maconha me deixe tão intensa, que transgredir ordens, quebrar bancos, pintar paredes e fazer greves me faça sentir tanta esperança, alegria e paixão. Curioso...
"Tonight I watch through my window
And I can't see no lights
Tonight I watch through my window
And I can't see no rights"