quinta-feira, 12 de junho de 2014

Nossos sonhos não cabem


Num lugar onde não cabe o senhor ranzinza que passa cabisbaixo pela rua ou a criança sem doce e esperança, não tem lugar pra mim. Não tem poltrona vaga nesse mundo rumo ao passo mudo, silenciado por falta de opção. Minha gente ainda tem que ver de pé. E não enxerga quem manda descer, quem faz correr e tropeçar no vão entre o trem e a plataforma. A vida segue pelo mesmo trilho, todos os dias, vã.

Cada dia viver menos por mim. Que meu sono não importe quando milhões não tem casa pra dormir. Que minha fome não importe quando tantos não tem comida. Que eu tenha o necessário para cada dia poder viver menos por mim. 

Cada dia viver menos por mim e mais pra construção do mundo onde caibam vários mundos. Quem sabe nesse mundo caiba o meu...

"Todo para todos, para nosotros, nada"


Nenhum comentário:

Postar um comentário